terça-feira, 10 de novembro de 2009

Teologia cristã

Teologia cristã pode ser definida como as verdades fundamentais da Bíblia e de outras fontes reconhecidas como divinamente inspiradas apresentadas de forma sistemática; ou ainda, a filosofia que trata do nosso conhecimento de Deus e do relacionamento dele com o homem, compreendendo assim tudo quanto se relaciona a Deus, a Bíblia e os propósitos divinos.

Encontra-se expressa, basicamente, em quatro grandes seções: teologia sistemática, teologia bíblica/teologia exegética, teologia prática e teologia histórica. Os teólogos cristãos usam da exegese bíblica, a análise racional e argumentos para entender, explicar, testar, criticar e defender o Cristianismo.

A teologia também pode ser utilizada para atestar a veracidade do cristianismo, fazer comparações entre ela e outras tradições ou religiões, defender de críticos, corroborar qualquer reforma cristã, propagar o cristianismo, ou uma variedade de outras razões. A teologia cristã foi de grande influência na Europa ocidental, especialmente na Europa pré-moderna.

Perspectiva católica

A Igreja Católica defende o uso da teologia enquanto ciência ou estudo racional, mas assente sempre na obediência à , que estuda sistematicamente e com método a Revelação divina na sua totalidade, que está compilada na chamada Tradição. A Tradição tem uma parte oral e uma parte escrita que está centrada na Bíblia. As conclusões da Teologia faz evoluir a compreensão e definição da doutrina católica.

Os métodos usados, os tópicos estudados e as suas disciplinas são semelhantes às outras teologias das principais confissões cristãs, algo que tem muito a ver com a sua base comum. Mas a sua interpretação das verdades reveladas e posterior definição das doutrinas apresentam diferenças em relação às suas congéneres cristãs, nomeadamente na questão da veneração dos santos e da Virgem Maria, da justificação, da infalibilidade e primazia do Papa, da noção de verdadeira Igreja de Cristo, da composição dos cânones da Bíblia e da validade da Tradição oral.

Divisões da teologia cristã

Síntese
Muitas vezes, as variadas disciplinas teológicas e suas respectivas sub-disciplinas associam-se e englobam-se umas às outras, inter-relacionando-se, podendo frequentemente um tema ou até um locus (área específica de estudo e reflexão) ser tratado em conjunto, sob aspectos diferentes, por várias disciplinas (e sub-disciplinas). Por esta razão, existe entre elas uma grande permeabilidade, intercâmbio e inter-disciplinidade.

De um modo resumido e geral, o relacionamento entre as disciplinas teológicas dá-se da seguinte maneira:

A teologia exegética, usando a técnica da exegese, analisa profundamente a Bíblia, cujos princípios de interpretação são estudados pela hermenêutica bíblica.

A teologia bíblica usa e organiza os resultados da teologia exegética e estuda também a evolução e o desenrolar da Revelação progressiva de Deus à humanidade, passando obviamente pelo Antigo Testamento e Novo Testamento.

Com o encontro e o conhecimento das verdades reveladas na Bíblia e, no caso católico, em outras fontes válidas da Tradição, toda essa verdade bíblica é estudada, reflectida, debatida, explicada e posteriormente reunida num grande sistema explicativo unificado. Esse trabalho é reservado à teologia sistemática.

As verdades, os princípios e os dogmas explicados e estudados pela teologia sistemática iriam ser depois defendidos pela Apologética perante a sociedade, as heresias, os ateus e as outras religiões.

Depois do estudo puramente teórico, a teologia prática pretende aplicar as conclusões teológicas ao quotidiano e também estudar o modo como a Igreja comunica a sua e as suas verdades, bem como as variadas acções de santificação ou de outra natureza da Igreja no mundo. Neste contexto, a teologia moral tem simultaneamente aspectos sistemáticos e práticos.

Finalmente, a evolução da teologia ao longo dos tempos e a História do Cristianismo são estudadas pela teologia histórica, que dá especial destaque à recepção e compreensão das verdades reveladas e à evolução na formulação da doutrina ao longo da História. Esta teologia estuda também, como por exemplo, a Patrística, a Escolástica e outras correntes e movimentos teológicos.

Lista das disciplinas e loci
De um modo mais concreto, a Teologia cristã pode ser dividida em:
Estudos bíblicos:
Teologia exegética;
Hermenêutica bíblica;
Teologia bíblica.
Teologia sistemática, que, pelo menos na perspectiva católica, pode ser dividida em 2 ramos principais: a teologia dogmática [2] e a teologia moral [3]. Esta teologia engloba várias áreas de estudo, como por exemplo:
Prolegômenos, que introduz os princípios primários, básicos e fundamentais da Teologia;
Teontologia, que trata do estudo de Deus e, especificamente, de Deus Pai;
Cristologia, que estuda Cristo, bem como a sua vida, missão, natureza e relação com Deus e com a humanidade;
Pneumatologia, que estuda o Espírito Santo;
Antropologia teológica, que estuda a realidade do ser humano sob o ponto de vista teológico;
Soteriologia, que estuda a salvação, nomeadamente a noção de justificação e de santidade;
Eclesiologia, que estuda os múltipos aspectos e facetas da Igreja [4]
Escatologia, que estuda o fim do mundo e o destino do Homem;
Teologia dos sacramentos (ou teologia sacramental), que estuda os sacramentos;
Hamartiologia, que estuda o pecado e o mal;
Angeologia, que estuda os anjos e a sua missão.
Demonologia, que estuda os demónios, particularmente Satanás.
Mariologia, que é o estudo teológico sobre Maria (mãe de Jesus).
Teologia especulativa, que tenta penetrar mais ainda no mistério contido nas verdades reveladas, mas não desejando ir mais além delas. Ela pretende mostrar a "sua inteligibidade e a conexão entre elas, com a ajuda das ciências ditas profanas ou naturais".
Teologia prática, que pode ser dividida em:
"Teologia litúrgica", que estuda os múltiplos ritos ou actos de adoração e culto da Igreja nas suas mais diferentes expressões - a liturgia [5];
"Teologia de Direito Canónico", que estuda o poder da Igreja de legislar, enquanto sociedade hierarquizada e instituída por Jesus (direito canónico) [6];
"Teologia Pastoral", que cuida da aplicação prática dos ensinamentos teológicos à acção ou pastoral da Igreja e à vida quotidiana de cada crente, incluindo a sua formação.
"Teologia espiritual", que estuda a caminhada de configuração da personalidade humana até esta atingir a santidade e, inclusivamente, a perfeição. Esta teologia engloba a teologia ascética e a teologia mística [7].
Apologética [8].
Teologia histórica.

Além destas disciplinas e sub-disciplinas, que podem ser classificados e ordenados de maneira diferente em relação à lista supra-mencionada, existem muitas outras dentro da tão diversa teologia.

Alguns temas tratados
Santíssima Trindade
Ecumenismo
Indulgência
Papa e Infalibilidade Papal
Sucessão apostólica
Purgatório
Virgem Maria
Transubstanciação e Corpus Mysticum
Santidade e canonização
Sacramentos
Sacerdotismo
Doutrina Social da Igreja
Tradição católica
Batismo infantil
Criação (teologia)
Anjos
Igreja
Reino de Deus
Novíssimos e vida eterna
Salvação

Movimentos controversos
Pós-reforma
Adventismo: Tipificado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Anglicanismo.
Anglo-Catolicismo.
Arminianismo (reação ao Calvinismo): soteriologia que afirma que o homem é livre para aceitar ou rejeitar o dom de Deus da salvação; identificado com o teólogo holandês reformista Jacobus Arminius, desenvolvida por Hugo Grotius, defendido pelo Remonstrants, e popularizado por John Wesley. A doutrina chave das igrejas Anglicanas e Metodistas, adotada por muitos Batistas e alguns Congregacionalistas.
Calvinismo: Tipo de soteriologia avançada criada pelo Reformador protestante francês John Calvin, que defende as opiniões de Agostinho sobre a eleição e rejeição; Afirma a Predestinação, a soberania de Deus e a incapacidade do homem para realizar sua própria salvação por acreditar na regeneração;
Movimento carismático: Movimento em muitas igrejas protestantes e algumas católicas que enfatiza os dons do Espírito e no contínuo trabalho do Espírito Santo no corpo de Cristo; freqüentemente associada ao falar em línguas e a cura divina.
Congregacionalismo:Sistema utilizado por Congregacionalistas, Batistas, Pentecostais e igrejas, em que cada congregação se auto-regula e é independente de todos os outros.
Contra-Reforma (ou Reforma Católica): A resposta da Igreja Romana Católica a Reforma Protestante. (veja também Concílio de Trento)
Panenteísmo.
Deísmo: A doutrina geral que nenhuma fé é necessária para justificar a existência de Deus e/ou a doutrina de que Deus não intervém nos assuntos terrestres (contrasta com Fideísmo).
Dispensacionalismo: Crença na conservação do literalismo hermenêutico bíblico e na filosofia da história que.
Evangelicalismo: Tipicamente conservadora, predominantemente protestante perspectivas que prioriza evangelismo acima totalidade ou a maioria das outras actividades da Igreja (ver também neo-evangelicalism).
Fideísmo: A doutrina que a fé é irracional, que a existência de Deus transcende a lógica, e que todos os conhecimentos de Deus funcionam na base da fé (contrasta com o Deísmo).
Liberalismo: Crença em interpretar a Bíblia de forma a permitir o máximo de liberdade individual.
Methodismo: Forma de funcionamento da igreja e doutrina usada na Igreja Metodista.
Modernismo: Crença que a verdade muda, assim a doutrina deve evoluir em função de novas informações ou tendências.
Mórmons: Crença de que o Livro de Mormon e outros poderão ser também consideradas Escrituras divinas; crença em profetas; Considerada como uma religião diferente ou pseudo-cristã por outras igrejas cristãs.
Novo pensamento: Movimento baseado na Inglaterra durante o século 19 que acredita no pensamento positivo. Várias denominações surgiram disso, incluindo a Igreja Unida e a Ciência Religiosa.
Anti-conformismo: Advoga a liberdade religiosa; inclui os Metodistas, Batistas, Congregationalistas and Salvacionistas.
Anti-trinitarianismo: Rejeição da doutrina da Trindade.
Pentecostalismo
Presbiterianismo: Forma de governança usada nas igrejas Presbiterianas e Reformadas.
Puritanismo: Movimento para purificar o Episcopalismo de qualquer aspecto ritual.
Supersessionismo: Acredita que a Igreja Cristã, o corpo de cristo, é o único povo eleito de Deus na era da Nova aliança.
Movimento da restauração: Tentativa do século 19 de retornar ao modelo de Igreja do Novo Testamento.
Restauracionismo: A doutrina considerada por muitas igrejas como apostasia; inclui,Testemunhas de Jeová, e Igreja dos Santos dos Últimos Dias.
Exército da salvação: Um desdobramento da Igreja Metodista conhecido por suas atividade de caridade.
Tractarianismo: Oxford Movement. Levou ao Anglo-Catolicismo.
Ultramontanismo: Um movimento do século 19 da Igreja Católica romana para enfatizar a autoridade papal, particularmente durante a Revolução Francesa e a secularização do Estado.
Igreja Unificada
Unitarianismo: Rejeita a Trindade e também a divindade de Cristo, com algumas exceções.
Universalismo: De várias formas, a crença que todas as pessoas no final serão reconciliadas com Deus.

FONTE: WIKIPEDIA.ORG.BR

Nenhum comentário:

Postar um comentário